Uma das principais queixas da população, a dor lombar apresenta uma evolução 14 vezes maior do que o crescimento demográfico. É um dos principais motivos de incapacidade funcional e afastamento do trabalho, atingindo o indivíduo em plena fase produtiva. Subproduto da revolução industrial, sua classificação e tratamento tem sido um desafio para profissionais de saúde, causando um grande impacto socioeconômico, além de alta incidência e morbidade.
Brent D. Anderson, pesquisador e presidente fundador da Polestar Pilates, em seu trabalho sobre dor lombar, afirma que 80% da população irá sofrer pelo menos um episódio de dor lombar aguda ou incapacitante (lombalgia) em algum momento da vida. Relata que nos Estados Unidos, a dor lombar é a segunda razão mais comum da procura pelo especialista. De acordo com Brent, 20% dos indivíduos que sofreram um episódio agudo de dor lombar desenvolverão dor lombar crônica. Os custos diretos em reabilitação, honorários médicos, medicamentos e programas de tratamento geral e específico, somados aos custos indiretos destinados às compensações financeiras por incapacidade produtiva temporária ou permanente, tornaram a dor lombar um problema de saúde pública entre os americanos.
Alguns especialistas acreditam que a dor lombar é um distúrbio patológico da mente e do corpo, sendo considerada uma entidade de baixa letalidade e altíssima morbidade. A dor estaria associada à depressão e à ansiedade. Segundo Brent D. Anderson, fatores relacionados ao medo de se mover por conta da dor constituem um outro problema que deve ser considerado no manejo do tratamento.
Assim, é preciso estar atento ao fato de que a incidência da cronicidade de problemas na coluna lombar vem, muitas vezes, do manejo inapropriado do paciente no processo agudo. A falta de repouso durante o tratamento ou o comportamento inadequado do paciente ao burlar as recomendações do profissional também contribuem para agravar o problema. Estes fatores aumentam a morbidade perpetuando o uso de medicamentos e tratamentos paliativos sem indicação médica, tornando-se enfim, um grande desafio para profissionais de saúde.
Lise Stolze sugere que o maior desafio no tratamento da dor lombar é a dificuldade em classificá-la. Segundo Stolze, muitos pesquisadores afirmam que pacientes com lombalgia não são um grupo homogêneo e devem ser classificados em subgrupos de indivíduos que compartilham um quadro clínico semelhante. O sistema de classificação pode orientar o diagnóstico, o tratamento e melhorar a tomada global de decisões na terapêutica dos pacientes.
Segundo Anderson, alguns aspectos devem ser considerados quando se trata de uma dor lombar: depressão, ansiedade, a expectativa do tempo de tratamento, a falta de controle do próprio corpo e a questão relacionada à dependência física que ela pode causar. Fatores pessoais como o medo de uma nova lesão podem influenciar negativamente o tratamento.
Outro foco da maioria das pesquisas na área é a não ativação dos músculos do tronco que têm a função de estabilização. Essas pesquisas são sugeridas por alguns autores como Carolin Richardson (1996), Paul Hodges (1996), Hides e colaboradores (1996) Panjabi (1999), Sapsford (2001) e Azar (2008) que ressaltam a relevante função estabilizadora do transverso abdominal e dos multífidos em interação com os músculos do assoalho pélvico. Os especialistas sugerem que o treinamento da parede abdominal favorece a contração simultânea dos músculos transverso do abdome e pubococcígeo, de modo a melhorar ao mesmo tempo a estabilização da coluna lombar.
Os especialistas sugerem ainda que o diafragma, o músculo transverso do abdome e o músculo elevador do ânus são potenciais estabilizadores do tronco. Ao avaliar a ativação elétrica dos músculos do assoalho pélvico, durante a movimentação dos membros superiores, Hodges e outros autores mostraram que há aumento da resposta dos músculos do assoalho pélvico durante a contração do músculo deltóide como parte de um ajuste postural antecipatório. Segundo os pesquisadores, exercícios de estabilização de tronco, com foco na ativação desses músculos, são capazes de aliviar e prevenir a dor lombar. Em suas pesquisas perceberam que a ação do transverso abdominal precede a ativação de qualquer outro músculo das extremidades.
Pioneiros no tratamento da dor lombar com foco na melhora do controle motor, os autores destacam a importância das ativações coordenadas na prevenção e no alívio da dor lombar crônica e aguda.
Subestimada pelos pacientes por pura falta de contato mais perceptivo com o corpo, a dor lombar se agrava porque a procura pelo especialista é feita tardiamente. Em estágio avançado o problema provoca limitações funcionais e, caso não seja tratado cuidadosamente pode se tornar crônico.
O método Pilates, enfatiza o raciocínio crítico com base em estudos científicos, quando aplicado em indivíduos com patologias. Os exercícios passivos são utilizados num primeiro momento em uma amplitude de movimento confortável. Em seguida são incluídos os exercícios ativos assistidos, executados com precisão e com a ajuda de profissionais especializados no método.
O processo tem como característica retreinar funções neuromotoras, reabilitando as áreas lesionadas e devolvendo a capacidade de desenvolver certas habilidades perdidas devido à intensidade das dores.
Segundo pesquisas, a abordagem por meio de exercícios ativos parece ser mais eficaz, pois tem o potencial para modificar fatores físicos como a intensidade da dor. Atua no controle motor – reeducação do movimento – e nos fatores psicológicos como o medo de uma nova lesão.
Os aparelhos de Pilates têm a função de dar conforto ao paciente e facilitar o refinamento das habilidades motoras. Para reconquistar a harmonia corporal são simulados exercícios que reorganizam os padrões de movimento responsáveis por provocar a crise.
O método Pilates utiliza o aprimoramento das estratégias motoras por meio de dicas táteis, verbais e de imagens que reforçam os princípios de movimento, focados na organização biomecânica. O método, utiliza aparelhos (trapézio, reformer, chair, barrel e outros) em um ambiente assistido e controlado. Seus sistemas de molas permitem o começo do tratamento pelo movimento passivo, evoluindo para os ativos num arco de movimento sem dor.
O Pilates permite exercícios com a gravidade eliminada até a progressão para movimentos complexos e funcionais que trabalham a coordenação mais apurada. O foco do trabalho, segundo alguns pesquisadores, deve se concentrar mais na coordenação e menos em força real ou torque muscular, sugerindo que a força isolada dos músculos posturais não é tão valiosa quanto a sua coordenação integrada.
fonte: http://www.maisquepilates.com.br
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